terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Apertem os cintos, o piloto sou eu!!!

Final de ano,1980, minha cunhada empolgada  faz o convite que todo adolescente espera: -Quer aprender a dirigir? Não preciso dizer que em menos de 3 segundos já estava dentro do carro do meu irmão, um Corcel II zerinho na cor vinho!
Estávamos no sitio, era dias de reveillon, estava a família toda por lá, já chamei meu primo Maurício meu eterno co-piloto e esperamos minha cunhada vir pro carro.
A desculpa era que tínhamos que descer pra cidade pra comprar um bujão de gás (ou botijão para os chatos), colocamos o bujão dentro do porta malas e fomos.
Minha cunhada foi conduzindo o carro até a porta do sitio e depois passou o volante para o experiente novato piloto de carro desligado David. Eu peguei o carro e já sai de primeira sem deixar morrer, mas veja, isso não quer dizer que eu sai bem, eu sai voando!
A estrada era de terra, cheia de curvas, pois era uma serrinha, no volante eu, que tinha "super controle" com o pé no acelerador e no breque, curvas em alta velocidade e freadas dignas de quebrar pescoço, ao meu lado Elaine, minha cunhada que tentava estar calma, no banco de trás Maurício, que ria aos cântaros, não sei se achava tudo engraçado ou estava histérico e mais atrás o bujão de gás no porta malas que batia por todos os lados fazendo um estrago danado no Corcel II Vinho do meu irmão. A cada curva ouvíamos estrondos do bujão, gargalhadas do Maurício, rezas da Elaine e eu? Eu era OOOO piloto feliz.
Depois de ter feito o carro morrer 3 vezes em uma ribanceira, minha cunhada viu a deixa de tomar as redias, digo o volante de volta e fomos comprar o tal bujão de gás.
Quando abrimos o porta mala tinhamos medo de que o carro estivesse com meio metro a mais de tanto que o bujão bateu, mas não, estava tudo no lugar , milagres de São Cristovão o padroeiro dos motoristas.
Voltei dirigindo, na subida o perigo poderia ser menor... bobagem, aconteceu tudo de novo! Só se ouvia o bujão batendo, o Mauricio gargalhando e a Elaine rezando.
Mas eu estava feliz!
A primeira pilotada a gente nunca esquece
Isso era um Corcel II

domingo, 26 de dezembro de 2010

Só fotos Natalinas de familia

Com risco de parecer um fotolog, mas acho que tenho que registrar as fotos desses dias:

Dia 19 fizemos um pré natal

Amigo secreto de 4 ( Déia, Bruno(super amigos), Clark e eu)

Clark ganhando o Aquaman



















Dia 22 fomos na casa da mãe do Clark, Dona Gerusa

Clark, Miguel(sobrinho)  e Eu

Pedro (sobrinho), Gerusa (sogra) e eu
















Noite de Natal com minha foto tradicional com meus filhos
Todo ano tiramos uma foto. Somente os 4
Na ordem: Yan, Winnie, Eu e o Kim



















Não tirei muitas fotos do Natal, caiu uma baita gripe em mim, e fiquei com aquela vontade imensa de não aparecer em nada.

Quarta feira volta as postagens normais

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Um conto de natal e outros fatos

Era as festas de 1990, tínhamos  somente o Kim e o Yan, a Jane estava grávida da Winnie.
Tinha planejado a festa de Natal em minha casa e iria estrear a roupa de papai noel, afinal os meninos ja estavam começando a entender do que se tratava e não tinham mais medo daquele "monstro de vermelho".
Dois dias antes do natal fomos convidados para uma confraternização em um condomínio fechado, seria no campo no meio de pinheiros e lagos, onde também teria a chegada do papai noel vindo de helicóptero.
Foi legal, tudo nos conformes as crianças se divertiram bastante, bom lembrar que na época o Kim estava com 3 anos e o Yan 1 ano e 10 meses.
No dia seguinte, dia 23 o Yan amanheceu com sintomas assustadores, ele estava com placas inchadas pelo corpo todo, corremos para o hospital, o quadro era tão assustador, pois a cada minuto ele se transformava, o olho direito inchou na parte de cima e o olho esquerdo na parte de baixo, dava ele um ar de Quasímodo da Disney. Todo mundo do hospital olhava para nosso pequeno monstrinho de estimação.
A médica que nos atendeu, uma médica suuuuper experiente, como já era esperado pela época do ano e por ser no pronto socorro, nos disse que era uma alergia e receitou um anti-alérgico qualquer.
Mandou-nos para casa, 3 horas depois víamos que nada melhorava a aparência de nosso monstrinho e assustados voltamos para o hospital. Dessa vez, fomos atendidos por uma médica asiática que parecia com a Drª Cristina do seriado Grey's Anatomy (uma referencia inexistente na época). Ela olhou para o Yan, viu o que a médica anterior havia receitado arregalou os olhos e disse: -Minha colega foi corajosa em libera-lo somente com esse remédio! O menino esta com Urticária gigante e para ter um edema de glote é muito fácil!  Olhamos com cara de "cadê o nosso chão?" e esperamos saber o que fazer. A médica de imediato aplicou uma injeção de Adrenalina no menino, que logo desinchou e resolveu deixa-lo internado.
Isso mesmo, internado em pleno dia 23 de dezembro, a festa de Natal ja estava 'pras cucuias'. 
Assim foi, passamos a noite do dia 23 para o dia 24 com o Yan chorando e inchando e desinchando, a Jane nervosíssima, além do fato de estar grávida, onde tudo parece pior. 
Quando foi umas 4 horas da tarde, a medica Samurai apareceu e resolveu dar alta para o garoto, nos disse que ele não estava 100%, mas que ficar internado no hospital sem ninguém muito competente em pleno natal, não iria resolver nada. 
Chegamos em casa eram umas 18 horas e eu resolvi que iríamos ter o Natal combinado, ou seja, David tinha que se desdobrar em mil pra fazer a ceia toda ( não adianta, quem me conhece sabe que nessas horas quem cozinha SOY YO). Comunicamos a familia que tudo iria acontecer conforme o combinado e mutirão em casa! Jane e irmãs deram um jeito na casa eu e minha sogra na cozinha. Tudo ficou pronto no horário, tudo mesmo!
Agora tinha o momento climax da festa a chegada do papai Noel. 
O Kim já era mais esperto tinha seus 3 anos e teria que explicar o meu desaparecimento pra ele não associar o papai noel comigo. Peguei uma sacola de feira e disse que iria comprar cervejas e sai pela porta da sala. Entrei pela porta da cozinha e fui para o quarto de serviços onde estava tudo pronto, os brinquedos o saco e a roupa. Me arrumei e fui. 
Quando entrei na sala os meninos gritaram de felicidade e nem perceberam que em baixo daquela imensa peruca que me coçava absurdamente o nariz, estava eu, cansado e não enxergando nada, pois arrumei um óculos de alguém que era cegueta! O Yan tadinho que ainda estava um pouco inchado ficou todo feliz, ganhou uma "tonquinha" (algo com o nome parecido com isso). O Kim vibrava, ja entendia bem o que se passava, mas não percebeu que era o seu pai. Terminei todo o 'Mise-en-scène'  natalino e sai pela porta da sala e fiz todo a operação inversa. 
Entrei em casa com a sacola de feira cheia de garrafas de bebidas e o Kim veio correndo: -Paaai!! o papai Noel veio aqui! Pai? Você era o Papai Noel? 
Eu com medo de ser descoberto por um filho de 3 anos logo emendei: -Nããão, né Kim, olha as garrafas cheias que eu comprei!! 
Ele ficou satisfeito com a desculpa e foi me contar as novidades. 
Foi loucura ter feito a festa de ultima hora com o Yan ainda doente, Vê-lo todo feliz ganhando presente do papai Noel logo após ter passado tudo que ele passou no hospital, pagou todos os esforços do mundo, valeu tanto a pena que faria isso sempre! ( alias fiz isso muitas e muitas vezes).  

Esse garotinho deu entrada no hospital parecendo o Quasimodo

Bem na época dos fatos

Claro que isso é só pra efeito de ilustração
Eu de papai Noel na época estava bem melhor.


Agora o Yan esta com quase 22 anos de idade e esta totalmente curado daquele episódio, claro!
Então aproveitando que o post  fala sobre ele, estou postando o clipe de apresentação de sua Banda.

A Banda Muziki

 




Acho que este é meu ultimo post antes do Natal, então eu quero desejar a todo mundo que passeia por aqui;
Um imenso e Feliz Natal.
Beijos e Abraços a todos.



sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

De rolinho em rolinho eis nossa árvore de natal!

Todos os anos procuramos fazer uma árvore de natal não convencional, este ano confesso que fiquei a margem da criatividade. Todo o mérito foi para o Clark.
Este ano aproveitando que temos assinatura de Estadão ou seja temos muito jornal velho, resolvemos fazer (resolvemos é força de expressão ele resolveu) rolinhos e rolinhos de jornal pra ver depois o que faríamos.
Deu nisto uma árvore de rolinhos... ficou genial!
O Clark achou melhor deixar na cor de jornal mesmo, no inicio eu achei que deveria ser pintada, mas depois de pronto passei a concordar com a ideia!
Os adereços sim tiveram minha participação mais intensa, já que eu sou o rei do fuxico ( opa! fuxico de pano, ok?), fizemos fuxicos vermelhos e colamos na árvore, aproveitamos enfeites de outros anos pra reciclar o que já tínhamos e deu nesta árvore.
Sem presentes, pra ver os detalhes
E com presentes , pra ver que a gente não é tão muquirana

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

A onde mesmo?

As vezes a gente tenta não ter malícia, mas fica impossível.
Dois casos distintos com pessoas distintas aqui na Câmara:
História 1:
 Estou em um gabinete importante da casa de leis, uma das assessoras vira e fala pra mim:
-Nossa! a minha Sheid amanheceu coçando muito.
Eu fiz o que? eu olhei mesmo pra direção da possível Sheid dela, e comecei a dar risada. Rackeline ficou brava, disse que eu era malicioso e que ela estava falando da cadela dela que estava com carrapatos!
Convenhamos o moça esta sentada e do nada me fala isso e quer que eu pense o que?
História 2:
Estou na recepção conversando com as recepcionistas e comento que acordei com caîmbra na batata da perna.
Uma delas brincando disse:
-Eu acordei com caîmbra na minha abobrinha!
A Josi, a outra recepcionista, sentada com os braços pra cima e aproveitando o gancho, disse:
-Hoje eu acordei com caîmbra no meu xuxu!
Nisso estava entrando o presidente da Câmara que ouviu perfeitamente a declaração da Josi, ele tentou ser elegante fez cara de paisagem e cumprimentou a, mas a Josi olhou para o presidente e  fez cara de "Xi! to toda cagada!"
Quanto eu? sai de perto pra poder rir e ri muito.

[claro que os nomes estão trocados... quer dizer mais ou menos trocados]

Uiii tô toda cagada!

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Colheitadeira profissional

Outro dia dei o link do blog para minha ex-cunhada, afinal falei dela aqui e ela mostrou para a mãe, minha ex-sogra que eu também tinha escrito sobre ela.

Minha ex-sogra quando encontrou comigo, foi falando que faltava coisa pra contar, me lembrou de uma história de umas férias.
Então com a devida autorização da pessoa micada, aqui vai a historinha.
Era final de 1988, a Jane, minha ex esposa, estava no fim da gestação do nosso segundo filho o Yan, o Kim era pequeno tinha apenas 1 ano e 3 meses, fomos passar férias em um hotel fazenda e levamos minha sogra.
Cascão ( não sabe por que Cascão?, vai ter que ler a historinha da minha sogra la no link de cima) andava pra cima e pra baixo com Kim. Uma tarde resolvemos passear pela fazenda do hotel e encontramos um imenso pé de manga carregado de frutas. Começamos a jogar pedras para que as mangas caíssem. Cascão num rompante de menina de 12 anos e com todo o orgulho armazenado em seus 40 anos, disse em voz alta:
-Vou mostrar pra vocês como se pega manga!
E pois se a subir no pé de manga de maiô e bermuda de lycra, quando no alto e já se pois a pegar algumas mangas, não feliz com isso, resolveu ir até a ponta onde havia bastante, só que Cascão esqueceu que não pesava mais 30kgs e sim 80kgs e o galho quebrou e Cascão caiu de 4 no galho de baixo que quebrou, que e caiu de 4 no outro galho, que foi quebrando até Cascão chegar esborrachada no chão com uns 6 galhos quebrados entre suas coxas.
Gritava feito louca de dor e eu e a Jane tendo uma crise de riso, a única pessoa preocupada com a queda dela era o Kim, que viu a avó caída e começou a chorar.
Eu claro, não pude perder a oportunidade e lhe disse:
-Realmente essa maneira de pegar mangas é totalmente diferente! nunca pensei que fosse assim!
Cascão amarrou um burro, voltamos para o hotel e não se falava mais nada, até o dia seguinte.
No dia seguinte, Cascão resolveu dar um tapa no visu, só que esqueceu de trazer uma pinça pra arrumar as sobrancelhas e caiu na besteira de pegar um aperelho de barbear pra arrumar. UUUU fez caca... cortou a metade!
Resultado: Piscina com meia sobrancelha, um par de hematomas gigantes na parte interna das coxas, uma filha e um genro com cara de risada a semana toda!

Cascão hoje, uma mulher chic, nem mais a chamo
de Cascão, agora é Carmen!

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Estou sem internet

Por falhas entre eu e a Dona Net, estou a mais de semana sem serviços na minha casa.
Minha ausência nos blogs alheios tem justificativa. Aqui na Câmara é difícil, quando não estou num corre corre danado, meu computador esta congestionado por pessoas que se julgam donos dele.
Segundo promessa da Dona Net, sexta feira será o dia que tudo voltará ao normal. Tenho ainda alguns posts automáticos até lá!
Agradeço a compreensão. (para com a Dona Net)

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Como assim, ta vivo?

Decididamente eu não era o garotinho que passava o dia na rua jogando bola, empinando pipa ou jogando taco, fazia tudo isso homeopaticamente, acho que homeopaticamente demais, pois minha mãe se irritava demais em me ver tanto dentro de casa.
Uma que eu era um ser arteiro, eu colocava fogo nas coisas, pegava tesoura e picava a cortina, recortava foto de casamento, desenhava nas paredes e isso vamos concordar, deixava minha mãe louca, ela criava lendas urbanas a torta e direita, bem do tipo: se cortar papel dentro de casa, morre a mãe. Se abrir o guarda chuva dentro de casa, morre a mãe. Se andar em cima da mesa, morre a mãe (nota-se que tudo morre a mãe, algo próximo a chantagem de uma mãe judia).
No inicio de 1973, estava então com 8 para 9 anos, eram minhas férias, minha mãe, com o saco cheio de policiar a casa, pede para eu andar de bicicleta, uma das coisas que eu gostava de fazer muito (meia hora).
Sai lindo, com minha bicicleta Tigrão da Monark, mal dei uma volta e já colidi com um outro garoto. Cai em cima da bicicleta Caloi do menino e naquela época, era comum tirarmos a proteção plástica da alavanca do breque, que no caso da Caloi era um absurdo pois era quase uma faca. A então quase faca entrou feito faca ( adoro essas frases non senses) no meu pescoço bem onde estaria a jugular. Começou a jorrar sangue e eu fiquei preso no guidão da bicicleta. O garoto viu a cena do sangue e já saiu correndo, medo que a policia viesse e fosse prende-lo.
Todo esse acidente foi em frente a minha a casa, onde minha mãe estava regando o jardim, nem preciso dizer que Dona Lourdes quase pulou o muro da casa pra me socorrer.
Eu sangrava muito, minha mãe pegou uma toalha e foi atrás de um salvamento.
Naquela época não tinha esse negocio de resgate, só restava apelar para vizinhos ou quem tivesse um carro disponível. Acabei indo para o pronto socorro em um Ford 1939, parecia carro de Gangster Nova Iorquino.
Entrei no pronto-socorro pela porta da frente feito artista, já que meu problema aparentemente era grave, alguns meses antes do meu acidente um garoto havia morrido com o mesmo breque de bicicleta enfiado no pescoço.(Abrinq não deveria existir ou ninguém se importava).
Fui cuidado, e não foi detectado hemorragia nenhuma, ficaria de observação em casa.
Nesse interim meu pai já estava por lá, teríamos que ir em um cardiologista (não fazia ideia o por quê). Mas já era noite e fomos atrás de algum que ainda estivesse em seu consultório. Por ironia fomos parar em um tal doutor Oswaldo Cruz (olha lá... sou velho, mas esse Oswaldo Cruz não é aquele Sanitarista do inicio do século).
Enfim, cheguei em casa por volta das 21 horas e minha casa estava lotada de gente esperando o corpo, pois todo mundo achava que teria um velório.
Droga! o defunto veio andando!!!
Meses antes do acidente
Minha ambulância de Gângster


Claaaro que eu ira por uma montagenzinha!

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Aspirantes a Macabéia na Odisseia do Danúbio Azul

Em 1976, logo após ter sido reprovado na segunda época em português, retornei a 5ª série, só que sem a famigerada professora de francês e agora em outra escola.
Na época, era muito popular se matricular em um curso de datilografia. Claro que eu tinha fazer uma média em casa e também queria aprender a mexer em maquina de escrever. Eu e meus primos fomos nos matricular em uma escola perto de nossas casas, uma escola muito antigas, familiar, onde o pai dava aula, a filha e o genro também davam aula, ou seja a família vivia disso. (não sei como).
A sala de aula única era antiga, já naquela época, tinha umas dez mesas cada qual com uma maquina de escrever PROFISSIONAL, como dizia o velho professor.
As aulas no começo eram um porre, começávamos a treinar as teclas la se ia ASDFG -SDFGA -DFGAS - e assim por diante todo o teclado durante o primeiro mês.
Inicialmente nos comportávamos feito anjinhos, a professora filha, era muito legalzinha estava grávida, era toda simpática com aquela criançada. Mas nossa professora foi parir e deixou o professor pai, agora Avô, pra dar aula pra nós, o professor avô, era um pedófilo ( a gente nem fazia ideia que isso estava errado) e ele era todo bonzinho com minha prima e com nós era um carniceiro. Nunca fez nada além da simpatia para com a Kátia, mas com a gente era um saco, tudo que a gente fazia estava errado ou sujo.
Em um dia que ele foi almoçar ( sim a escola era tão doméstica, que eles iam almoçar, a faxineira, fazia limpeza no meio das nossas aulas) ficamos sozinhos.
Deu a louca em um amigo nosso e começamos do nada a assoviar a valsa Danúbio Azul e no pan-pan, fazíamos com a máquina de escrever, claro que um monte de criança besta, aquilo era a diversão e nem nos tocamos que o professor Mesozóico ouviria e reclamaria. E como! esse homem entrou na sala aos gritos falando que éramos isso e aquilo, que só a mocinha era boazinha que não podíamos mais estudar juntos e coisa e tal.
Logo ele quis mudar o horário da Kátia e eu fui atrás. dividiu em duas partes, meus primos e amigos ficaram naquele horário, a Kátia e eu, ficamos em um horário totalmente alternativo.
Era tranquilo, as aulas começaram a ficar cada vez mais chatas, o velho dava um livro, ora a Odisseia, ora a Ilíada para abrirmos em qualquer pagina e começar a datilografar.
Agora veja, crianças de 12 anos com a Ilíada ou a Odisseia para datilografar em uma pagina qualquer? Pouta que los parill de coisa chata!
Logo no segundo dia percebemos que ele só lia as 3 primeiras linhas e as 3 últimas linhas do que datilografávamos, não deu outra, pegávamos o texto e começávamos a criar histórias totalmente loucas, do tipo: Odisseu tinha uma banda de rock e saiu pelo mundo, Penélope vivia em perigo fugindo de Homero Gavião e assim por diante, como inventávamos, não precisávamos copiar, e se não precisávamos copiar, datilografávamos muito mais rápido, o professor vovô dava váááários pontos para nós dizendo que éramos os melhores alunos!

Datilografia se aprende, paciência não!

A maquina era parecida com essa, só que na versão BlackBerry
Eu e a Kátia exatamente na época que
 fazíamos o curso de datilografia

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Jornalismo de última hora

Entre 1976 e 1977, graças as minhas vizinhas, que eram jovens professoras, surgiu a ideia de criar um jornal na nossa rua. Naquela época tínhamos em mãos o aparato mais 'mudernu' possível, que era um mimeógrafo.
A ideia era genial, fazermos algo totalmente despretensioso, não pensávamos em botar a boca no trombone, reivindicando nada, iríamos escrever amenidades, bobeiras e coisas e tal ( acho que o germem deste blog surgiu naquela época).
Eu e Constantino, o primo das minhas vizinhas, começamos a criar um jornal e viajávamos na maionese. Compravamos estencil e eu datilografava todo o texto e depois fazia a parte que eu mais gostava, que era Ilustrar o jornal. Adorava desenhar sobre o estencil, me borrava todo de roxo, mas era fantástico desenhar algo que não podia ser apagado, que tinha que ser pensado muito antes de passar para o estencil, pois o bichinho não deixava corrigir.
Uma coisa muito estranha é não lembrar como se chamava o nosso jornal! Nunca guardei um exemplar se quer. Por quê? Por Que? Por Quê
Nossa jóia da coroa era o horóscopo, escrevíamos cada besteira gigantesca, mas os desenhos eram lindos e engraçados. No horóscopo é que cutucávamos os nossos amigos da rua.
Pra variar éramos multi funcionais, fazíamos a redação, a ilustração, a impressão e a distribuição.
Só quem já pegou uma copia acabada de sair de um mimeógrafo sabe o prazer que da! Sentir aquele cheirinho de álcool é muito bom.
Mas quando se é garoto, você manusear uma maquina dessas, onde na época a tecnologia era muito rudimentar, ver como mágica, seu desenho se reproduzir varias e varias vezes era tão bom. Tenho saudades dessas coisas.
Não sei porque eu não guardei um exemplar desse magnifico jornal
O 'mudernu' e maravilhoso engenho do terceiro milênio: o Mimeógrafo

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Pinta? 2 - A verdade

Em agosto eu comentei aqui (leia é muito curta a historia) sobre o garoto que perguntou se eu era cabeleireiro.
Outro dia estava eu, saindo da academia a pé, novamente, encontrei o simpático garoto que havia me questionado sobre isso. Conversamos sobre 'nadas' até o terminal rodoviário e eu perguntei seu nome.
Ele me respondeu: - Dener!  Eu ri, falei pra ele: -Que engraçado, você me perguntou se eu era cabeleireiro e tem o nome de um costureiro?
O tadinho do menino me olhou com cara de quem nunca imaginara isso e disse: - Meu pai falou que era por causa de um jogador de futebol, mas tudo bem, cabeleireiro, costureiro e dai? Da pra ficar rico com essas profissões?
Eu lhe respondi que achava que dava e acabei com o assunto. A sorte que meu onibus chegou.
Cheguei em casa contei a história para o Clark e lhe disse:
-Além de Viado, Viado Velho! vai lembrar de um costureiro que morreu a trinta e tantos anos atrás e falar para um garoto de 15 anos? Bicha Matusalênica!

Acharam que eu iria expor minhas partes? ha ha ha


quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Como era doce minha professora de francês

Em 1975, quando entrei da quinta serie, foi  a época em que o ensino estava mudando, foi o ultimo ano que se administrou o ensino do francês nas escolas públicas. Eu tive o privilégio de ter aula de francês, mas ao mesmo tempo tive a tristeza de ter aula com uma professora que exercia o Bulling com uma eficácia fantástica. Para alguns, a Professora Szchendla, uma Iugoslava ( professora de francês?), era a melhor professora do mundo, mas para outros, COMO EU, era a demônia em pessoa. Ela chamava todos pelo nome, a mim, ela me chamava pelo meu numero de chamada, que era 24, ou seja, ela fazia questão de me ridicularizar, me chamando pelo numero 24, eu coitado, na época, mal abria a boca, e com aquela mulher que gostava de ridicularizar qualquer um, eu era uma estátua. Dona Szchendla, era uma belezura, se vestia com endumentárias exóticas, vivia com um conjunto de jeans cheios de rebites prateados e um par de óculos que parecia a mulher mosca, uns cabelos soltos híbridos entre hippies e Farrah Fawcett marrons avermelhados. Com uma figura dessas, é claro que eu ia de mal a pior na sua matéria. No primeiro bimestre, não sei como, vim com 4 e meio, já no segundo, eu vim com 1. Ela ficava satisfeitíssima com isso e mais ainda tirava com minha cara e mais fazia piadinhas com o 24.
Minha mãe quando viu que as notas do seu filho caçula iam de mal a pior, resolveu mandar me para uma professora particular.
David o numero 24, começou a estudar fora da escola, e começou a aprender francês como se deveria e o numero 24 começou a pegar gosto pelo francês ( o idioma, ok?).
Passou-se o tempo, Dona Szchendla deu matéria nova, ensinou seus rebentos a forma interrogativa, explicou muito por cima e perguntou desafiadoramente se alguém se arriscaria a passar as frases que estavam na lousa para a forma interrogativa. O numero 24 (EU EU EU EU ) levantou timidamente o braço e disse que iria, a mulher arregalou os olhos, não acreditando no que via e disse que se conseguisse ela daria 2 pontos a mais na média.
Fui na lousa e passei todas as frases para a forma interrogativa com a maestria de um acadêmico francês ( modéstia é uma coisa inerente a minha pessoa) a professora ficou abismada, mas não deixou de tirar uma com a minha cara  e fez a classe toda cantar em coro Aleluia ( de Handel). Com aquela cantoria alta a escola toda ouviu, minha prima que estudava na classe ao lado ouviu, professores incheridos vieram ver o que se passava na classe.  Na hora do recreio, eu era o assunto da escola. Vergonha por um mês, mas vim com 10 de média.
Passei de francês? sim, claro que passei! mas repeti em português. Trauma dessa louca!

Isso marcou tanto, que encontrei minha prima neste sábado e ela me indagou por que ainda não havia contado essa historia aqui.

Isto foi que os computadores do Era uma vez... 
conseguiram chegar mais perto
de como seria Dona Szchendla  

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

TPF -Tensão Pós Férias

Adoro sair de férias, mas tenho uma aversão gigantesca, imensa, absurdamente enorme, quando chega o último dia dela.
Ontem a noite, estava faltando pouco para chorar. Sempre fui assim, na época de escola as ferias de verão eu não sofria muito com o fim, pois com o novo ano escolar aparecia as novidades e coisa e tal, mas as férias de julho eu sofria demais, sofria porque sabia que tudo era a mesma coisa, tudo era muito chato.
Carrego essa maldita sensação até hoje, não consigo ficar tranquilo com o fim das férias.
Voltei para Camara Municipal hoje, todo mundo vem sorrindo me comprimentar, dizendo que sentiu saudades e tudo mais, não minto pra ninguem, não senti saudades, preciso pelo menos de 3 meses para começar a sentir saudades de onde eu trabalho.
Amanhã estarei normal, hoje estou amargo! preciso de férias!


Amanhã devo estar normal!!!





domingo, 21 de novembro de 2010

Recebendo o "PRÊMIO DARDOS"


Esta semana recebi uma homenagem de uma amiga de Minas, a Elaine Cristina de Castro, uma poetisa que descobre a beleza e as cores da vida no seu blog "VISÕES DE UM SER".

De inicio me assustei em receber a indicação, afinal o premio vai para os Blogs de gente que escreve muito bem e convenhamos eu sou meio que esquindole-lê na arte da escrita.
Mas não poderia deixar de ficar com meu Ego inflado(super combinando com meu Corpitxo) e muito feliz por ver que as coisas que eu escrevo, no minimo estão servindo para distrair quem lê.

O Prêmio Dardos é o reconhecimento dos ideais que cada blogueiro emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc... que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, e suas palavras.

“Esse selo foi criado com a intenção de promover a confraternização entre os blogueiros, uma forma de demonstrar o carinho e reconhecimento por um trabalho que agregue valor à Web”.

Ao receber o prêmio o blog deve também indicar outros blogs.

Aos indicados, para que este incentivo não acabe, peço a vocês que sigam estas instruções:

1) Você deve exibir a imagem do selo em seu blog;

2) Você deve linkar o blog pelo qual você recebeu a indicação;

3) Escolher outros blogs a quem entregar o Prêmio Dardos;

4) Avisar os escolhidos, claro!


Meus escolhidos ao Premio Dardos sâo:  [que rufem os tambores].
Escolhi pensando muito, pois sei que muitos dos que me seguem ja receberam, e se algum dos meus indicados ja foram indicado antes, pense que esta sendo duplamente indicado duplamente honrado!

Aline Camargo do Blog Malemolência em Série - Um Blog divertidissimo de uma garota nada convencional!

Bruno Dezinho do Blog Letras mal Escritas - O menino da as impressões mais perfeitas sobre um livro que ja vi.

Heloisa Pinhatelli do Blog da Lolô - Mulher forte nos quesitos, músicas, filmes e séries, tudo com uma pitada de humor delicioso.

Bryan, O Filhão, do Blog Invertendo Valores - Um filho hetero que, com seu pai gay, tentam viver em um mundo de preconceitos e hipocrisias.

Elaine minha querida, muitississimo obrigado pelo prêmio, a gente diz que não merece que não precisava, mas no fundo acha o máximo, adora e quer ganhar todos!

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Visão telescópica

Beth era minha amiga do segundo grau, era uma japonesa ('era' é uma força de expressão, por que ela continua sendo uma japonesa) muito engraçada. Logo que a vi, já peguei simpatia por uma japonesinha com um metro e meio que se abaixava para olhar a bunda das pessoas que passavam por ela. Não vou mentir que isso me causou estranheza e graça.
Beth sofria de astigmatismo em alto grau e usava lentes de contatos acrílicas, usava? não, não usava, seus pais achavam que ela usava. Mas seus pais lhe deram o primeiro par de lentes e logo na primeira semana Beth foi fazer a assepsia de suas lentes e perdeu uma dentro do ralo da pia do banheiro, sua mãe meio que a contra gosto lhe deu mais um par de lentes e lhe recomendou para tomar mais cuidado. Beth após uma semana foi na pia dar sua lavadinha na lente eee... perdeu mais uma vez a lente. Sua mãe emputecida, comprou mais um par de lentes e lhe disse: -Este é o ultimo par que te compro!!! Tome cuidado!  Claro que Beth tomou todo o cuidado do mundo, 3 semanas depois perdeu as lentes no mesmo ralo. Só que desta vez fingiu que não havia perdido e todo dia dava uma esfregadinha nos olhos para parecer que havia posto as lentes. Morria de medo de pedir outro par de lentes para os pais, pois os pais eram de cumprir palavra, já que uma vez prometeram a ela que se repetisse de ano iria estudar um ano em um colégio interno e cumpriram, quem vai ser besta de falar que perdeu as lentes de novo?
Todo dia ia para escola e não enxergava nada, levava escondido um par de óculos horrorosos que não sei de quem era, mas que ela só colocava para ver o nome do ónibus e guardava na bolsa.
Beth era uma adolescente fanática por marcas de roupa, e nos inícios dos anos 80 as marcas de jeans mais  bam bam bam eram Fiorucci, Lee, Levis e não lembro mais o que, Beth olhava pra todo mundo e classificava o povo da escola pelo jeans que usavam. Pense numa japonesa de um metro e meio que não enxerga nada e com mania de olhar marcas de calças dos outros? Esta explicado.. ela vivia acompanhando as pessoas andando na rua e se abaixava pra até a altura da bunda e olhava.
Sair com a Beth era muito engraçado, por que ela era desligada para muitas coisa, tínhamos aula o dia inteiro, entravamos as 7:30 e saímos as 15:30. Quando tínhamos aula de laboratório de Química Inorgânica adorávamos 'cabular' (deve ter um termo mais moderno) aula e íamos ao cinema mais próximo da escola, era um cinema que já estava em vias de decadência, as vezes passava aquelas pornochanchadas a beira de pornografias e lá estávamos nós, não sei como entravamos no cinema sendo menores de idade, mas o mais engraçado era sentarmos na primeira fileira, pois Beth não enxergava muito bem os detalhes ou as legendas quando tinha. Imagina garotos assistindo filmes de conteúdo adulto na primeira fila do cinema dando gargalhada? éramos nós!
Uma vez fomos ao Shopping e antes de irmos coloquei no cabelo dela uma pena de galinha de angola ela falou um monte pediu pra tirar que era ridículo e tal, eu a distrai conversando de outras coisas até ela esquecer e fomos para o Shopping, ela toda arrumada com suas roupas de grife e uma pena de galinha de angola na cabeça, até ela entrar no banheiro e se olhar de perto (creio que de muito perto) no espelho, ouvi o grito dela de dentro do banheiro me xingando!
Ou então o cumulo da distração e olhar para uma vitrine de uma loja de artigos de laboratório, achando que estava olhando para um espelho e se depara com um esqueleto e sair correndo para o meio da rua gritando assustada!

Por muitos anos, nos encontramos todos os finais de ano, mas de uns 15 anos para cá, não temos nos visto pessoalmente, nos reencontramos virtualmente e por telefone (3 horas no telefone) a um ano atrás, incrível como nossa amizade continua, achei que poderia ter mudado, mas não, demos gargalhadas falamos as mesmas besteiras como se tivéssemos 17 anos! Acho que neste fim de ano nos veremos!

Beth sempre sem seus óculos e sem lentes olhava para direção
certa pelo som da maquina fotográfica

Se ela ver essa montagem ela não vai querer
me ver nunca mais!

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Arroz com Almeijoas ou Arroz de Castanholas da dona Lourdes

No dia que fomos na feira, minha mãe, minha tia e eu, nossa principal missão era comprar os marisquinhos frescos para fazer a comida que eu mais gosto da minha mãe, o Arroz com Almeijoas, esse prato me remete tão rápido a minha infância do que qualquer outra coisa. Não existe, música, não existe perfume ou qualquer outra lembrança que seja tão rápida na minha memória, quanto o Arroz com Almeijoas.
Um prato que tinha o dia certo de ser feito, era todas as quartas feiras, pois minha mãe sempre gostou de ter os tais mariscos muito frescos para fazer esse prato. Era dia de ir em mais uma feira, alias eu acho que eu tenho mania de super mercado e feiras por causa dessas coisas.
Toda quarta e domingo era como uma religião, irmos na feira. A feira de quarta feira, era onde eu comprava aqueles suquinhos que vinham naqueles plásticos com formatos variados, tipo de revólver, carro, cacho de uva e outras formas mais, as cores eram totalmente berrantes e o sabor algo semelhante a ácido clorídrico com açúcar, creio que servia até na digestão!
Chegávamos da feira, minha mãe com os mariscos e eu com um arsenal de suquinhos e doces estranhos. para levar na lancheira da escola.
Agora voltando lá em cima, onde eu estava falando que fomos comprar os mariscos, chegamos na barraca, claro que o japonês não era mais o mesmo, provavelmente é o filho ou o neto do antigo feirante, mas o moço fora simpático com as duas velhinhas. Minha tia Mercedes ainda perguntou como se falava "marisco" em japonês, o moço rapidamente lhe respondeu. Eu olhei pra cara da minha tia e percebi que fora uma informação jogada ao mar, ela não entendeu e se entendera, não demoraria mais do que 2 segundos para esquecer. Sorriu pra ele e agradeceu pela preciosa informação.
Minha mãe, mais prática, já foi pechinchando a mercadoria e ainda com o troco, quis levar em camarão, divertido isso, pois as Almeijoas custam baratíssimo algo em torno de R$6,00/kg e minha mãe lhe entregou R$10,00, pediu pra que lhe desse o restante em camarão graúdo!
O feirante simpático, lhe entregou nem sei quanto de camarão, mas deu pra fazer uma entradinha básica com eles!
No dia da feira, fizemos o Puchero do outro Post. e deixamos o arroz para o dia seguinte.

Vamos a receita?

Arroz com Almeijoas ou Arroz de Castanholas

1kg de almeijoas com cascas
1 pimentão vermelho grande
1 pimentão verde
4 tomates maduros
2 cebolas
6 dentes de alho
pimenta do reino ou pimenta calabresa seca
450 gramas de arroz cru
aproximadamente 1,2 litros de agua (3 para 1)
açafrão espanhol ou açafrão da terra ou curcuma
azeite
sal

Como faz?

Refogue pimentões, cebolas, tomates e alho até ficarem macios, acrescentar a pimenta e o açafrão colocar os mariscos crus e bem lavados ( poderá, antes escalda los não mais que 2 minutos) refogue os até que as conchinhas comecem a abrir, vá acrescentando água bem aos poucos e vá deixando secar, ( note que essa agua não é contabilizada para o arroz) quando estiverem quase todas abertas, coloque o arroz e a agua e deixe cozinhar, acerte sal. O ideal não é deixar secar a agua, o arroz com um pouco de caldo fica melhor. O nosso arroz acabou secando toda agua por descuido MEU e irritação de dona Lourdes, que me disse que eu tinha que ter cuidado melhor em vez de ficar tirando foto!

Como eu disse lá em cima, pra mim é a comida que eu mais gosto da minha mãe o aroma e o sabor são inigualáveis!


Almeijoas que é igual a Ameijoas
 que é igual a Vôngole que é
 igual a Berbigão que é igual
 a marisco amarelinho e chega!!
 procura no Google!



Moço, como é  marisco em japonês?

Me manda o troco em camarão!

Refogando as Almeijoas

Ta bom! eu deixei secar toda a água mas ficou fantástico do mesmo jeito

Um prato que se come muito devagar por causa das casquinhas e por repetir
muitas vezes

















Bonus Track!
O troco de camarão da minha mãe rendeu o que? uma entradinha da hora!
Minha mãe limpou os camarões, salgou e colocou limão, pegou uns 6 dentes de alho e colocou no micro ondas por 20 segundos para ficarem macios e sair a casca facilmente (velha espeeerta).
Pegou uma frigideira colocou um tiquinho de azeite, colocou os camarões picou o alho  um pouquinho de colorau e deixou fritar bem, quando estavam prontos ela jogou folhas de manjericão e deixou abafar!
Ficaram supimpa!!!

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Envelhecendo por tabela

Quando eu tinha 12 anos me tornei tio, achei o máximo, adorava ser chamado de tio. Claro que passou se os anos eu comecei a exigir que a título tio fosse banido do meu nome.
Ontem as coisas pioraram, ontem nasceu minha primeira sobrinha neta , isso é duro de mais para o meu ego... um mocinho na mais tenra idade já tem uma nomeclatura dessas!
Mas vou ser sincero.....Eu adorei essa nova onda! ficamos no hospital ontem a noite feito torcida uniformizada esperando a estreia da Pietra, porque da licença, minha sobrinha neta quando nasce, não só nasce, ela ESTREIA!!!
Super linda e fofa com aquela cara lindinha de joelho, onde todo mundo quer que se pareça com alguém, mas isso não me importa, o que me importa é que ela é a nossa continuidade, é a primeira neta, primeira bisneta, primeira trisneta, primeira tetraneta ( as últimas 2 nomeclaturas só proformes, já que os tris e tetravos já não estão mais por aqui).
 
As vantagens de ter sido tio cedo, confunde-se quem é o tio!
A mão do fundo é de dona Lurdes inconformada em não sair na foto.
O meu sobrinho é o pai da Pietra
A foto não esta lá essas coisas porque ainda não a vi ao vivo,
ja que a tecnologia da maternidade só nos deixou ver via TV


quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Puchero da Lurdona e a audição da Mercedoca

Minha mãe voltou no dia seguinte, (não ta sabendo do que eu to falando? leia o post anterior! ) eu contei  que fiz uma limpa na sua geladeira e ela fingiu que não havia nada na geladeira e que nada aconteceu.
Falei sobre minha ideia de documentar algumas de suas receitas e já fui avisando que teria que tirar fotos, ela já me olhou com aquela cara, tipo: vou ter que ficar toda arrumada pra cozinhar!
Minha tia Mercedes que adora uma purpurina já ficou toda toda.
Como eu já havia previsto, minha mãe falou que teríamos que ir à feira no dia seguinte para comprar os ingredientes, porque ela não tinha nada (ignoremos a geladeira abarrotada).
Acordamos cedo, porque a feira pode sair andando e acabar as coisa, sabe como que é, os feirantes não tem paciência e levam tudo embora antes de todo mundo acordar.
Mas devo concordar com minha mãe, afinal também teríamos que comprar os mariscos (almeijoas) para fazer o arroz com castañolas do dia seguinte. Ficar na minha mãe é a mesma coisa que confinamento de engorda para abate.
Minha mãe mora num ponto estratégico, tem 2 feiras próximas, a feira pequena da quarta feira e a grande feira, da rua Tuiuti no domingo. Tanto uma como a outra, ficam a um quarteirão da casa dela.
Minha mãe foi comprar os legumes e verduras que vão no puchero e de quebra, passamos no mercado da dona Violeta para comprar as carnes. Minha mãe nunca compra somente o que diz que vai comprar, tanto na feira como no mercado ou seja viemos carregados, ainda bem que estávamos em 6 braços!
As duas empolgadézimas coloram aventais pintados por elas (as duas vivem pintando tecidos nas horas vagas) e começaram a fazer o Puchero.  Minha tia Mercedes está com a audição que é uma beleza, então as duas ficam brigando e dando risada o tempo todo. Tipo:  -Lurdeee!! vai pôr Caldo de Legumes?   - Sim Mercede! está na minha mon!  -Lurde? caldo de camaron? e vai ficar bom?  -Noooon Mercede ta na minha MOON!!!  (minha mãe e minhas tias tem um problema danado com os sons nasalares então tudo é Pon, Non, Salson, liquidaçon e assim por diante) Percebi que minha mãe ficou muito prática, ela não pica mais cenoura nem vagem nem repolho ela vai na feira e compra tudo picado... 81 anos e esperta, ela diz que melhor que multiprocessador é feirante japonês! Estamos em 4, então 2 panelas de pressão pra cozinhar tudo! Quando eu digo que minha mãe é exagerada. As duas aprontaram tudo deixaram no fogo e me deram milhões de recomendações. Eu estranhei isso e perguntei o porquê. As duas já estavam se arrumando para sair para o encontro da 3ª idade e avisaram que iriam comer o puchero só quando voltassem. As véias são sassariqueiras!!




Bom vamos a Receita

Puchero da Dona Lourdes

1/2kg de grão de bico cru (deixar de molho  uma noite)
1 kg de carne bovina (usamos fraldinha)
700grs de carne suína (usamos pernil sem osso)
300grs de costela de porco defumada
300grs de linguiça calabresa
3 tomates bem maduros contado em quatro
1 cebola grande cortado em 4
1 repolho pequeno cortado fininho
3 cenouras cortadas em cubos
400grs de vagem cotadas em cubos
2 tabletes de caldo de legumes (non de camaron)
Açafran ou curcuma ou açafrão

Como Faz?

Cozinhar por 40 minutos o grão de bico, colocar todas as carnes e deixar cozinhar por mais 40 minutos.
Acrescentar todos os vegetais o açafran o tabletes de caldo e deixar por +ou- 1 hora até o caldo reduzir e os legumes ficarem beeeem macios e o repolho sumir. Acertar o sal. ( nota-se que não vai alho e nem pimentão, caso raro na culinária de minha mãe).

Nós fomos acostumados a comer o Puchero sozinho sem acompanhamentos. Mas acho que vai bem com um arroz branco. Mistura não creio que se faça tão necessário, afinal com tanta carne, já tem mistura!


Uma artista, sempre fingindo que não esperava a foto



Irritada porque eu resolvi tirar foto na feira
Os aventais das cozinheiras

O Puchero no Panelão depois de sair das 2 panelas de pressão...
aqui ficou pra apurar o caldo

O Yan com um pratinho


Eu com outro pratinho e o resto do panelão
esperando as sassariqueiras

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Arqueologia, Paleontologia e Microbiologia, tudo isso na casa de minha mãe

Estou de férias (devo avisar, aos meus colegas de serviço, para parar de dizer para eu voltar logo, isso é mau agouro). Vim passear em São Paulo, claro visitar minha mãe, quis fazer uma surpresinha pra véia e ela fez uma surpresinha pra mim, ela tirou férias e foi pra casa de minha tia um dia antes de eu chegar.
Sem problemas, eu tenho a chaaaave! afinal filho tem privilégios. Meu filho Yan mora com ela por causa da sua banda, então aproveitei para passar uns dias com ele, coisa que anda difícil nesses últimos tempos.
Com a ausência de Dona Lourdes, aproveitei para fuçar as fotos antigas e relembrar os velhos tempos, põe velhos tempos nisso, vi fotos de quando meus avós eram recém casados ( uns 85 anos atrás).
Aproveitei também, pra dar uma faxina na cozinha da minha mãe, minha mãe foi criada na época da segunda guerra mundial, onde os alimentos eram escassos, e sua família passou grandes necessidades. Por esse motivo, meu avô e depois seus filhos, no caso minha mãe, começaram a ter essa mania de armazenar comida, nunca se preocupando com datas de validade, se bem que datas de validade surgiram no final dos anos 80.
Descobri que minha mãe nunca morrerá por falta de antibiótico, ela consome penicilina quase que diariamente, minha mãe acredita na força de conservação natural dos alimentos. Minha mãe cozinha divinamente bem, só que ela faz uma panela enorme de comida, come ela e o Yan na hora que fica pronto, depois ela deixa em cima do fogão e fica lá, o Yan esperto, já não come mais, mas dona Lourdes, come sem pensar e nada acontece, come durante uns 4 dias e a comida sempre em cima do fogão.
Isso me faz lembrar nas grandes navegações, que os tripulantes nas caravelas comiam pães mofados e 'buena' sobreviviam. Minha mãe também come pão velho e põe velho nisso, ela tem dó de jogar o pão fora. Tá, eu sei que quando estiver mais velho estarei fazendo coisas parecidas, o Clark já me chama de dona Lourdes quando eu faço algumas coisas.
Voltando aos achados paleontológicos de minha mãe, se ela acha que o alimento suporta ficar fora da geladeira, IMAGINA dentro da geladeira? Parece a Pirâmide de Quéops. Peguei um saco de lixo e comecei a festa, achei pacotes de mini pizza de frigideira que estavam liofilizados ou mumificadas, sei lá! só sei que estavam totalmente desidratadas quebravam com um simples toque, macarrão fresco que fresco só foi a um ano atrás, agora ele se mantinha na cor original (um milagre de conservação da pirâmide), mas eu nem quis tentar abrir o pacote. Achei umas das maiores reliquias conhecidas e um dos maiores mistérios da microbiologia, uma lata de figo ramy que eu abri quando ainda morava em São Paulo, pasmem crianças eu mudei para Indaiatuba em 2000, acredite se quiser, não estavam estragados, não estavam purulentos só pareciam pedaços de pixe preto, eu arrisquei ( siiim pessoas, eu sou filho de dona Lourdes) comi um pedaço, tinha gosto de carvão, ou seja o alto nivel de sacarose no figo ramy mais algum princípio químico que não faço a menor ideia transformou-os em fósseis.
Quando eu digo que na minha mãe você estuda tudo isso sem sair de casa, não estou mentindo. Fora os utensílios domésticos, eu sei que minha mãe compra coisas modernas panelas top de linha, mas essas desaparecem e ela cozinha naquelas panelas do tempo do guaraná com rolha. Eu espremi batata num espremedor que eu tenho certeza que ela ganhou no chá de cozinha do seu casamento! Olha que eu mesmo já lhe dei um super mega ultra moderno. O que dona Lourdes faz com os equipos novos? Mistério.
Agora as pessoas podem perguntar, é seguro comer na casa de sua mãe? eu respondo SIM!

Toda vez que vamos cozinhar, ela simplesmente ignora todo sua despensa e sai para comprar tudo fresco!! coisas de dona Lourdes.
Geladeira de Queops

Tá bom! essa alimentação deve afetar em alguma coisa nos 2



















Fazer careta é um problema sério de familia






















Dona Lourdes e seus netos



















Amanhã começo a documentar algumas receitas da minha mãe, ja planejei (ela nem sabe que planejei) fazermos Puchero, Arroz com Almeijoas e Potaje

domingo, 7 de novembro de 2010

A quiche e o Enem

Hoje eu fui fazer o Enem, minha santa Genoveva! que coisa mais chata! Eu inventei de fazer Enem nessa altura do campeonato com 46 anos.
Cheguei no colégio onde fui designado, ou melhor resignado e me deparei com uma classe onde, até o coordenador tem idade para ser meu filho, mas até ai eu não ligo. Esperei pacientemente o inicio da prova e partida!!! começou a prova.
Gente que negocio é esse? as questões eram gigantes, os textos pareciam chicletes que você mastiga mastiga e não tem fim, chegou uma hora que eu pensei que iria dormir, até feijão tropeiro tinha na prova.
Não vou mentir que teve uma hora que eu tive uns rompantes de cochilo e comecei a misturar os textos de reforma agrária com o seriado True Bloody que eu havia assistido toda a 3ªtemporada na noite de ontem e comecei a ver nos textos alguns personagens, precisei parar e beber agua pra voltar com minha concentração.
Continuei bonitinho fazendo a prova só que dessa vez, depois de 3 horas olhando pra tanta letra junta, começou a me dar fome, comecei a visualizar o que eu poderia fazer de comida quando saísse daquela sala de tortura.
Comecei a pensar no que tinha na minha geladeira, claro que continuei fazendo a prova, só que me dava intervalos de lazer mental entre uma questão e outra ( digno de Aline Camargo e seus DDAs). Decidi fazer mini quiches de abobrinha paulista (que agora vai chamar de Quiche do Enem).
Terminei a primeira tortura, digo, prova e fui direto pra casa pra fazer minha receita mental. (geralmente crio tudo na cabeça e depois executo).

Quiche do Enem

Massa
2 xícaras de farinha de trigo
2 colheres de margarina (gorda, nada de light, pelamordedeus!)
2 ovos inteiros
sal

Como faz?

Amasse tudo até formar uma liga muito próximo a massa podre ( acho que isso é massa podre )
Colocar na geladeira

Recheio

50 gramas de Bacon magro
2 abobrinhas paulista ( parece abóbora de pescoço só que pequena)
1 cebola média picada grosseiramente
1 dente de alho bem picado
1/2 pimentão picado grosseiramente
salsa e cebolinha picadas
200 gramas de mussarela, metade picada e outra metade em fatias
1 lata de creme de leite
2 ovos
noz moscada (uma pequena raladinha)
sal a gosto

Como faz?

Refogar o bacon, adicionar a abobrinha e o alho, quando estiver macia, colocar a cebola e o pimentão e o sal. Esperar esfriar
Em uma vasilha misturar a lata de creme de leite, os 2 ovos, a mussarela picada, a noz moscada, a salsa, cebolinha e sal.

Vamos montar?

Em forminhas ( eu usei de empadinha porque eu não tenho a de quiche que é um pouquinho maior) esticar as massas com os dedos direto nelas e não precisa untar. Colocar pequenas porções da abobrinha completar com o creme e cobrir com uma fatia de mussarela, eu cortei a mussarela em fatias redondas usando a própria forminha.

Assar em forno médio por mais ou menos 25 minutos

Rendeu 20 quiches do tamanho de empadas ou 15 do tamanho de quiche (redundante isso)























Aqui em casa aprovaram!