Tudo em casa era meio que racionado e planejado estrategicamente para dar até o final do mês, pra mim era desesperador, pois além de vir de uma família com mais possibilidades, estava em pânico, pois não queria que meus filhos vivenciassem uma situação daquelas.
Por volta de Julho de 2003, consegui um emprego que na verdade era meio bico meio emprego, trabalhava de quinta a domingo, não pagava la grande coisa, mas e era divertido. Fui trabalhar em um Clube de Pólo, (Indaiatuba é o maior centro de Pólo da América Latina) em uma lanchonete/restaurante. A dona do restaurante era uma mulher super super, era exigente, mas ao mesmo tempo era divertida e de bom coração.
Esse Clube de Pólo é o mais bam bam bam do pais e varias personalidades do High Society frequentavam. Sempre tinha ( e tem) grandes eventos. Uma das vezes, houve um mega evento, onde várias marcas patrocinavam quase tudo que se bebia e que se comia. Nosso serviço era simplesmente preparar as comidas que não vinham prontas, organizar garçons, bebidas e todos os detalhes que ninguém percebe quando tem, mas todo mundo reclama quando falta. Esse evento durava 2 dias, geralmente o sábado a noite e depois terminava com requintado churrasco de domingo.
Domingo a noite era a nossa vez de usufruir tudo que vinha de fora, ou seja, fazíamos churrasco de filet mignon, tomávamos moet chandon, cervejas que eu nem sei de onde eram.
A dona fechava o estoque conferindo o quanto era mercadoria proveniente dela e o quanto era mandado pelos fornecedores/patrocinadores. O que não era dela, ela simplesmente dividia com a gente, os funcionários. Levei para minha casa 8 peças de filet mignon, 10 dúzias de algo parecido com Smirnof Ice, só que de laranja e de maracujá, frutas importadas e vários tipos queijos.
Segunda feira de manhã era dia de café da manhã de hotel, antes de irem para as escola, as crianças estavam bebendo suco de alguma fruta dos Andes misturada com alguma outra fruta da Malásia.
No almoço enquanto a mãe estava trabalhando na escola, eu fazia o almoço, era tudo muito chic todo mundo comendo arroz, feijão, batatas fritas, filet mignon ao molho de queijo suíço e todos bebendo Smirnof Ice, todos ficavam alegrinhos e todos ajudavam no serviço de casa sem reclamar, com uma alegria que só durou o tempo que durou as garrafinhas.
Declaro que nenhum filho virou alcoólatra. Todos são adultos e responsáveis (responsáveis na medida do possivel, claro). Não recomendo esse método!!!
Sai do Clube Pólo no final de 2003 pois passei em um concurso público, onde estou até hoje.
Equipe da limpeza, 100% alegria |
21 comentários:
David, adinha quem admistrava a "Santa Fé", maior fazenda de polo na época? Tá me dando medo, será que em alguma vida já fomos irmãos?..rsrsrsBjp!
Parabéns este post mostra bem as qualidades de uma pessoa de bem com a vida!
Tipo, pode tá ruim, mas vou melhorar, vou correr atrás, vou acontecer!
Quando vejo a sua irreverencia, penso que nunca deves ter passado por algum momento dificil, na vida!
E quem disse que num momento de crise não podemos comer file mignon?
Você provou, definitivamente que podemos sim, ter uma vida de rei dentro de uma crise! Adorei!
Não dá pra você botar um filho seu trabalhando lá e aí você me convida pra comer as sobras? Ai ai, que fome!!!
Ah caraca, você deixava seus filhos tomarem Smirnoff Ice? Isso é que é pai!!!
Esse é o meu lema: sem grana, mas nunca sem glamour!!!
estas experiências no mínimo rendem histórias né? adooooooooooro
bjux
;-)
Gente, vc tem filhos adultos? Com essa cara de menino?
Essas fases de vida profissional incerta são foda mesmo, mas a gente acaba superando. Seu relato, mais uma vez, foi muito divertido.
Eu quero ganhar umas dúzias de Ice tb, rs.
Abraço!
A vida as vezes nos reserva cada situação, né?
bRu.
Ai david, eu amo smirnof ice!!! rsrsrsrs
David, essa montagem superou todas! hahahahahaha
beijokas
Tati
David,
Gostei muito do seu texto! Demonstra claramente a capacidade que todos temos (mas muitos deconhecem) de contornar os momentos "não tão legais" da vida. Hoje em dia já nem uso a palavra ruim para definir uma fase ou uma situação. Para mim é bom e não tão bom...rsrsrs...Esta capacidade nos dá condição de contornar obstáculos...de tornar os momentos mais confortáveis...de perceber "possibilidades positivas" em tudo. E assim, dividindo experiências, você vai semeando coragem e bom ânimo para aqueles que estão vivendo agora os tais momentos "não tão legais" da vida!!!
Bjs e muita paz
Você e suas histórias...e quem nunca teve que se virar???? bj
VI VC LÁ NA KELLY DAÍ RESOLVI DAR UMA ESPIADA E GOSTEI MUITO DO TEXTO!
COISAS ASSIM QUE NOS ACONTECE RESULTA EM BOAS HISTÓRIAS PARA ALEGRAR PESSOAS TRISTES QUE PROCURAM UMA LUZINHA POR ALGUMA FRESTA!
PARABÉNS GOSTEI MUITO DA NARRATIVA!
Que história David!
Na verdade, acho que todos deveriam passar "acochos", para entenderem e darem maior valor a vida, a coisas realmente importantes.
Não estou dizendo que foi o seu caso, mas estou pegando esse gancho para falar isso. O que acha?
Também já passei por uns apertos desse tipo,,, ir regrando tudo para terminar o mês, e tal, tal. Mesmo, nunca tendo vida regrada em casa de meus pais, pelo contrário.
Acho que a gente amadurece.
Ufa! Falei demais, né
Estou vindo do blog de Jussara, que falou muto bem de você, e claro que vim conferir.
Parabéns pelo blog!
Xeros
David, adoro o que você escreve e como escreve. Ana Karla chegou antes de mim mas enfim passa "lá em casa".
bjs
Jussara
Vim parar aqui pelas mãos ..."palavras vagabunda" se ele ter recomendo eu aceito de olhos fechados!
Mas prepara-te para a minha humilde crítica:)
Escrever para crianças é do mais complexo que há. Até te invejo:)
Se meu caçula ler esse post vai querer ser adotado por ti kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk (brincadeirinha).
Quem nunca teve que se virar e fazer um bico? Nossa, eu já tive que comer goiaba no pé de almoço, mas sinto saudades daquele tempo, do quintal que morava e não me fez passar fome.
Nada como um concurso público né amigo ? ;)
Comemorei tanto quando passei hehehehehe
É! O segredo está aí. Saber aprender com as dificuldades e lembrar que tudo na vida passa.
Beijão com gosto de filé mignon...não bebo, então não dá de ser de Smirnof Ice kkkkkkkkk
Seu texto me fez lembrar do tempo que um ovo e uma banana era mistura para dois adultos e três crianças, foi um período de dificuldades, mas que valeram a união da familia e do casamento.
Me disseram uma vez "Divida as dificuldades em três, as grandes, as medias e as pequenas. As grandes e medias são doença e morte, as pequenas, sorria e vá em frente".
Bom dia contador de histórias predileto da Kekel hehehe
Tem dois presentinhos para vc neste endereço: http://aspalavrasquemedefinem.blogspot.com/2011/01/selinhos-vindos-da-menina-cajuina.html
beijuuuuuuuuuuuuuuu
David
Como estava sumida, li o último post e aproveitei para ler alguns anteriores. Adorei, quer dizer, se fosse a minha festa e você tivesse espalhado mousse de chocolate por tudo, acho que não iria gostar muito não.
bjs
David, heis que cheguei ao post mais recente. Fui recuperar o tempo perdido na viagem e vi (e comentei) em todos os posts desde o dia 13.
Realmente é uma delícia acompanhar suas histórias.
Quer dizer que vc tb. é funcionário público? Agora entendo melhor quando vc disse que precisa desesperadamente de férias..rsrs
Legal mesmo é ver como vc consegue fazer de épocas difíceis, momentos bacanas a serem lembrados com alegria.
Em tempo: no post em questão acabei não mencionando, mas aquele lance da Linda Blair pós festa de chocolate foi de chorar de rir..ahahaha
Beijão
David,
Adoro vir aqui e ler suas histórias! Adoro, muito mesmo. Você tem cada uma, rsrsrsrs.
Gostei do café da manhã de segunda! E mais ainda dos almoços!
Beijos
Carla
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