sábado, 15 de janeiro de 2011

O que fazer com o peru

No natal de 1978 meu pai resolveu fazer um novo forno a lenha no nosso sitio, como meu pai tinha uma fundição de lingotes de latão, trouxe tijolos refratários para fornos industriais para confeccionar.
Meu pai junto com meus tios iriam fazer por conta própria tal empreitada, meu pai que tinha experiência em fornos industriais, direcionou toda a obra. O forno "caipira" a lenha começou a ter formas definidas rápidamente e em questão de horas ja estava pronto.
No dia antes do Natal, mataríamos (menos eu, claro) o peru gigante que estava no galinheiro desde que compramos o sitio. Quem mataria? claro, o Joanes, meu irmão que tem sangue frio o suficiente para esse tipo de coisa.
Enquanto uma parte da familia perdia tempo com as peripécias da morte do peru, meu tio Paco ficou com a função de alimentar o forno com lenha e fogo. Meu tio começo a colocar fogo as 10 horas da manhã e colocava lenha e fogo e foi colocando lenha e mais lenha... quando deu 6 da tarde, dentro do forno os tijolos estavam incandescentes e amarelos, feito a estrada de tijolos amarelos do Mágico de Oz.
O peru que a esta altura ja estava morto, limpo, temperado e devidamente recheado com sei lá o que, esperava para ser o primeiro a inaugurar o forno "caipira" a lenha.
Quando deu o horário fora tirado toda a lenha do forno e colocado o peru, meus tios e meu pai estavam tão empolgados que só faltaram contratar uma banda pra tocar.
O peru entrou no forno e foi fechado a tampa, 10 minutos depois começou-ses a ouvir um barulho, feito um assovio de pressão, como se toda a agua do peru resolvesse sair ao mesmo tempo, todos acharam normal.
Passou se 10 minutos, alguem resolveu abrir a tampa do forno e olhar, para a surpresa de todos, haviamos cremado um peru, não sobrara nada alem de cinzas.
Realmente desviamos ter chamado uma banda para tocar a marcha fúnebre e fazer o serviço funerário, chamar a dona perua e seus filhos para a cremação do marido.Não sobrou absolutamente nada, a não ser a forma de alumínio semi derretida e as cinzas do pobre animal.
Estavam na fila do crematório um pernil, 2 frangos e algumas lasanha que preferimos mudar o destino deles assando no forno comum.
O forno so ficou com uma temperatura de forno caipira no dia seguinte, quando minha mãe assou as lasanha do almoço, ou seja 16 horas depois.
Como se pode ver, minha familia é exagerada até pra atear fogo!

O trauma foi tão grande que demorou 20 anos para usarmos novamente o forno
(1998)
Um belo assado de cinzas


 

12 comentários:

Inaie disse...

ah sim, agora tudo faz mais sentido...esse negocio vem de familia!!

kkk

Iara disse...

David o dificil dessas construções artesanais é que não vem com o famoso manual de isntruções. E assim acontecem esses pequenos acidentes, perdeu-se um peru de natal, pobre bichinho morreu e nem foi parar na mesa para a ceia principal.
kkkkkk
Beijos amigo

o Humberto disse...

Ri demais da cremação do peru. Posso imaginar as caras.

Adoro seus posts, lembram muito a minha infância tb.

Abs!

♥ κєκєl ♥ disse...

Gentiiiiiiiiiii......que "dore nu estromagu" de tanto rir aqui kkkkkkkkkkkkk

Simplesmente é uma delicia ler suas histórias. Virei fã de carteirinha hehehe

Beijos

Calma que estou com pressa! disse...

oi -
AH ENTÃO TU TEM ALGO E MINEIRIM - eu adoro estes fornos mas não sabia deste "pequeno detalhe" da temperatura -
cremação do peru foi ótima - nada apetitoso-
bj
lu

Palavras Vagabundas disse...

Se só restaram a cinzas do peru, gostaria de saber como foi a reação da sua mãe!!!!rs
bjs
Jussara

Wans disse...

uau, viver na sua família deve ser uma epopéia. Quantos acontecimentos bizarros. rs

bjão, beibe

Lola disse...

Gezuissss!!! Peru já é uma ave seca...imagina no forno a lenha da sua casinha né? kkkkkkkkkkkkkkkk Ao menos deram um enterro chique e digno ao bicho. hahahahahaha

David, tem um recado que uma pessoinha quer escrever:

- Olá David! Minha mãe mostrou o que voce escreveu no blog dela hoje e gostei muito! Obrigado pelo parabéns!

Thiago L. Toporcov

Bjs gêmulo

Tati disse...

Nossa David, eu não acredito em certas coisas! Essa eu ri demais!!
Cremar o peru!!


beijokaaas
Tati

Paulo Roberto Figueiredo Braccini - Bratz disse...

só não entendo a dúvida ... O QUE FAZER COM O PERU???? kkkkkkkkkkkk

bjux

;-)

"Carol docE" disse...

Adorei o crematório.
Pude me identificar com a ideia.

Criatividade em alta rsrs

Sucesso, sempre.

Regina Laura disse...

Fico com o comentário da Inaie...tá no DNA..rsrsrs
Ao próximo post em 3 - 2 - 1...