terça-feira, 30 de novembro de 2010

Jornalismo de última hora

Entre 1976 e 1977, graças as minhas vizinhas, que eram jovens professoras, surgiu a ideia de criar um jornal na nossa rua. Naquela época tínhamos em mãos o aparato mais 'mudernu' possível, que era um mimeógrafo.
A ideia era genial, fazermos algo totalmente despretensioso, não pensávamos em botar a boca no trombone, reivindicando nada, iríamos escrever amenidades, bobeiras e coisas e tal ( acho que o germem deste blog surgiu naquela época).
Eu e Constantino, o primo das minhas vizinhas, começamos a criar um jornal e viajávamos na maionese. Compravamos estencil e eu datilografava todo o texto e depois fazia a parte que eu mais gostava, que era Ilustrar o jornal. Adorava desenhar sobre o estencil, me borrava todo de roxo, mas era fantástico desenhar algo que não podia ser apagado, que tinha que ser pensado muito antes de passar para o estencil, pois o bichinho não deixava corrigir.
Uma coisa muito estranha é não lembrar como se chamava o nosso jornal! Nunca guardei um exemplar se quer. Por quê? Por Que? Por Quê
Nossa jóia da coroa era o horóscopo, escrevíamos cada besteira gigantesca, mas os desenhos eram lindos e engraçados. No horóscopo é que cutucávamos os nossos amigos da rua.
Pra variar éramos multi funcionais, fazíamos a redação, a ilustração, a impressão e a distribuição.
Só quem já pegou uma copia acabada de sair de um mimeógrafo sabe o prazer que da! Sentir aquele cheirinho de álcool é muito bom.
Mas quando se é garoto, você manusear uma maquina dessas, onde na época a tecnologia era muito rudimentar, ver como mágica, seu desenho se reproduzir varias e varias vezes era tão bom. Tenho saudades dessas coisas.
Não sei porque eu não guardei um exemplar desse magnifico jornal
O 'mudernu' e maravilhoso engenho do terceiro milênio: o Mimeógrafo

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Pinta? 2 - A verdade

Em agosto eu comentei aqui (leia é muito curta a historia) sobre o garoto que perguntou se eu era cabeleireiro.
Outro dia estava eu, saindo da academia a pé, novamente, encontrei o simpático garoto que havia me questionado sobre isso. Conversamos sobre 'nadas' até o terminal rodoviário e eu perguntei seu nome.
Ele me respondeu: - Dener!  Eu ri, falei pra ele: -Que engraçado, você me perguntou se eu era cabeleireiro e tem o nome de um costureiro?
O tadinho do menino me olhou com cara de quem nunca imaginara isso e disse: - Meu pai falou que era por causa de um jogador de futebol, mas tudo bem, cabeleireiro, costureiro e dai? Da pra ficar rico com essas profissões?
Eu lhe respondi que achava que dava e acabei com o assunto. A sorte que meu onibus chegou.
Cheguei em casa contei a história para o Clark e lhe disse:
-Além de Viado, Viado Velho! vai lembrar de um costureiro que morreu a trinta e tantos anos atrás e falar para um garoto de 15 anos? Bicha Matusalênica!

Acharam que eu iria expor minhas partes? ha ha ha


quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Como era doce minha professora de francês

Em 1975, quando entrei da quinta serie, foi  a época em que o ensino estava mudando, foi o ultimo ano que se administrou o ensino do francês nas escolas públicas. Eu tive o privilégio de ter aula de francês, mas ao mesmo tempo tive a tristeza de ter aula com uma professora que exercia o Bulling com uma eficácia fantástica. Para alguns, a Professora Szchendla, uma Iugoslava ( professora de francês?), era a melhor professora do mundo, mas para outros, COMO EU, era a demônia em pessoa. Ela chamava todos pelo nome, a mim, ela me chamava pelo meu numero de chamada, que era 24, ou seja, ela fazia questão de me ridicularizar, me chamando pelo numero 24, eu coitado, na época, mal abria a boca, e com aquela mulher que gostava de ridicularizar qualquer um, eu era uma estátua. Dona Szchendla, era uma belezura, se vestia com endumentárias exóticas, vivia com um conjunto de jeans cheios de rebites prateados e um par de óculos que parecia a mulher mosca, uns cabelos soltos híbridos entre hippies e Farrah Fawcett marrons avermelhados. Com uma figura dessas, é claro que eu ia de mal a pior na sua matéria. No primeiro bimestre, não sei como, vim com 4 e meio, já no segundo, eu vim com 1. Ela ficava satisfeitíssima com isso e mais ainda tirava com minha cara e mais fazia piadinhas com o 24.
Minha mãe quando viu que as notas do seu filho caçula iam de mal a pior, resolveu mandar me para uma professora particular.
David o numero 24, começou a estudar fora da escola, e começou a aprender francês como se deveria e o numero 24 começou a pegar gosto pelo francês ( o idioma, ok?).
Passou-se o tempo, Dona Szchendla deu matéria nova, ensinou seus rebentos a forma interrogativa, explicou muito por cima e perguntou desafiadoramente se alguém se arriscaria a passar as frases que estavam na lousa para a forma interrogativa. O numero 24 (EU EU EU EU ) levantou timidamente o braço e disse que iria, a mulher arregalou os olhos, não acreditando no que via e disse que se conseguisse ela daria 2 pontos a mais na média.
Fui na lousa e passei todas as frases para a forma interrogativa com a maestria de um acadêmico francês ( modéstia é uma coisa inerente a minha pessoa) a professora ficou abismada, mas não deixou de tirar uma com a minha cara  e fez a classe toda cantar em coro Aleluia ( de Handel). Com aquela cantoria alta a escola toda ouviu, minha prima que estudava na classe ao lado ouviu, professores incheridos vieram ver o que se passava na classe.  Na hora do recreio, eu era o assunto da escola. Vergonha por um mês, mas vim com 10 de média.
Passei de francês? sim, claro que passei! mas repeti em português. Trauma dessa louca!

Isso marcou tanto, que encontrei minha prima neste sábado e ela me indagou por que ainda não havia contado essa historia aqui.

Isto foi que os computadores do Era uma vez... 
conseguiram chegar mais perto
de como seria Dona Szchendla  

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

TPF -Tensão Pós Férias

Adoro sair de férias, mas tenho uma aversão gigantesca, imensa, absurdamente enorme, quando chega o último dia dela.
Ontem a noite, estava faltando pouco para chorar. Sempre fui assim, na época de escola as ferias de verão eu não sofria muito com o fim, pois com o novo ano escolar aparecia as novidades e coisa e tal, mas as férias de julho eu sofria demais, sofria porque sabia que tudo era a mesma coisa, tudo era muito chato.
Carrego essa maldita sensação até hoje, não consigo ficar tranquilo com o fim das férias.
Voltei para Camara Municipal hoje, todo mundo vem sorrindo me comprimentar, dizendo que sentiu saudades e tudo mais, não minto pra ninguem, não senti saudades, preciso pelo menos de 3 meses para começar a sentir saudades de onde eu trabalho.
Amanhã estarei normal, hoje estou amargo! preciso de férias!


Amanhã devo estar normal!!!





domingo, 21 de novembro de 2010

Recebendo o "PRÊMIO DARDOS"


Esta semana recebi uma homenagem de uma amiga de Minas, a Elaine Cristina de Castro, uma poetisa que descobre a beleza e as cores da vida no seu blog "VISÕES DE UM SER".

De inicio me assustei em receber a indicação, afinal o premio vai para os Blogs de gente que escreve muito bem e convenhamos eu sou meio que esquindole-lê na arte da escrita.
Mas não poderia deixar de ficar com meu Ego inflado(super combinando com meu Corpitxo) e muito feliz por ver que as coisas que eu escrevo, no minimo estão servindo para distrair quem lê.

O Prêmio Dardos é o reconhecimento dos ideais que cada blogueiro emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc... que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, e suas palavras.

“Esse selo foi criado com a intenção de promover a confraternização entre os blogueiros, uma forma de demonstrar o carinho e reconhecimento por um trabalho que agregue valor à Web”.

Ao receber o prêmio o blog deve também indicar outros blogs.

Aos indicados, para que este incentivo não acabe, peço a vocês que sigam estas instruções:

1) Você deve exibir a imagem do selo em seu blog;

2) Você deve linkar o blog pelo qual você recebeu a indicação;

3) Escolher outros blogs a quem entregar o Prêmio Dardos;

4) Avisar os escolhidos, claro!


Meus escolhidos ao Premio Dardos sâo:  [que rufem os tambores].
Escolhi pensando muito, pois sei que muitos dos que me seguem ja receberam, e se algum dos meus indicados ja foram indicado antes, pense que esta sendo duplamente indicado duplamente honrado!

Aline Camargo do Blog Malemolência em Série - Um Blog divertidissimo de uma garota nada convencional!

Bruno Dezinho do Blog Letras mal Escritas - O menino da as impressões mais perfeitas sobre um livro que ja vi.

Heloisa Pinhatelli do Blog da Lolô - Mulher forte nos quesitos, músicas, filmes e séries, tudo com uma pitada de humor delicioso.

Bryan, O Filhão, do Blog Invertendo Valores - Um filho hetero que, com seu pai gay, tentam viver em um mundo de preconceitos e hipocrisias.

Elaine minha querida, muitississimo obrigado pelo prêmio, a gente diz que não merece que não precisava, mas no fundo acha o máximo, adora e quer ganhar todos!

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Visão telescópica

Beth era minha amiga do segundo grau, era uma japonesa ('era' é uma força de expressão, por que ela continua sendo uma japonesa) muito engraçada. Logo que a vi, já peguei simpatia por uma japonesinha com um metro e meio que se abaixava para olhar a bunda das pessoas que passavam por ela. Não vou mentir que isso me causou estranheza e graça.
Beth sofria de astigmatismo em alto grau e usava lentes de contatos acrílicas, usava? não, não usava, seus pais achavam que ela usava. Mas seus pais lhe deram o primeiro par de lentes e logo na primeira semana Beth foi fazer a assepsia de suas lentes e perdeu uma dentro do ralo da pia do banheiro, sua mãe meio que a contra gosto lhe deu mais um par de lentes e lhe recomendou para tomar mais cuidado. Beth após uma semana foi na pia dar sua lavadinha na lente eee... perdeu mais uma vez a lente. Sua mãe emputecida, comprou mais um par de lentes e lhe disse: -Este é o ultimo par que te compro!!! Tome cuidado!  Claro que Beth tomou todo o cuidado do mundo, 3 semanas depois perdeu as lentes no mesmo ralo. Só que desta vez fingiu que não havia perdido e todo dia dava uma esfregadinha nos olhos para parecer que havia posto as lentes. Morria de medo de pedir outro par de lentes para os pais, pois os pais eram de cumprir palavra, já que uma vez prometeram a ela que se repetisse de ano iria estudar um ano em um colégio interno e cumpriram, quem vai ser besta de falar que perdeu as lentes de novo?
Todo dia ia para escola e não enxergava nada, levava escondido um par de óculos horrorosos que não sei de quem era, mas que ela só colocava para ver o nome do ónibus e guardava na bolsa.
Beth era uma adolescente fanática por marcas de roupa, e nos inícios dos anos 80 as marcas de jeans mais  bam bam bam eram Fiorucci, Lee, Levis e não lembro mais o que, Beth olhava pra todo mundo e classificava o povo da escola pelo jeans que usavam. Pense numa japonesa de um metro e meio que não enxerga nada e com mania de olhar marcas de calças dos outros? Esta explicado.. ela vivia acompanhando as pessoas andando na rua e se abaixava pra até a altura da bunda e olhava.
Sair com a Beth era muito engraçado, por que ela era desligada para muitas coisa, tínhamos aula o dia inteiro, entravamos as 7:30 e saímos as 15:30. Quando tínhamos aula de laboratório de Química Inorgânica adorávamos 'cabular' (deve ter um termo mais moderno) aula e íamos ao cinema mais próximo da escola, era um cinema que já estava em vias de decadência, as vezes passava aquelas pornochanchadas a beira de pornografias e lá estávamos nós, não sei como entravamos no cinema sendo menores de idade, mas o mais engraçado era sentarmos na primeira fileira, pois Beth não enxergava muito bem os detalhes ou as legendas quando tinha. Imagina garotos assistindo filmes de conteúdo adulto na primeira fila do cinema dando gargalhada? éramos nós!
Uma vez fomos ao Shopping e antes de irmos coloquei no cabelo dela uma pena de galinha de angola ela falou um monte pediu pra tirar que era ridículo e tal, eu a distrai conversando de outras coisas até ela esquecer e fomos para o Shopping, ela toda arrumada com suas roupas de grife e uma pena de galinha de angola na cabeça, até ela entrar no banheiro e se olhar de perto (creio que de muito perto) no espelho, ouvi o grito dela de dentro do banheiro me xingando!
Ou então o cumulo da distração e olhar para uma vitrine de uma loja de artigos de laboratório, achando que estava olhando para um espelho e se depara com um esqueleto e sair correndo para o meio da rua gritando assustada!

Por muitos anos, nos encontramos todos os finais de ano, mas de uns 15 anos para cá, não temos nos visto pessoalmente, nos reencontramos virtualmente e por telefone (3 horas no telefone) a um ano atrás, incrível como nossa amizade continua, achei que poderia ter mudado, mas não, demos gargalhadas falamos as mesmas besteiras como se tivéssemos 17 anos! Acho que neste fim de ano nos veremos!

Beth sempre sem seus óculos e sem lentes olhava para direção
certa pelo som da maquina fotográfica

Se ela ver essa montagem ela não vai querer
me ver nunca mais!

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Arroz com Almeijoas ou Arroz de Castanholas da dona Lourdes

No dia que fomos na feira, minha mãe, minha tia e eu, nossa principal missão era comprar os marisquinhos frescos para fazer a comida que eu mais gosto da minha mãe, o Arroz com Almeijoas, esse prato me remete tão rápido a minha infância do que qualquer outra coisa. Não existe, música, não existe perfume ou qualquer outra lembrança que seja tão rápida na minha memória, quanto o Arroz com Almeijoas.
Um prato que tinha o dia certo de ser feito, era todas as quartas feiras, pois minha mãe sempre gostou de ter os tais mariscos muito frescos para fazer esse prato. Era dia de ir em mais uma feira, alias eu acho que eu tenho mania de super mercado e feiras por causa dessas coisas.
Toda quarta e domingo era como uma religião, irmos na feira. A feira de quarta feira, era onde eu comprava aqueles suquinhos que vinham naqueles plásticos com formatos variados, tipo de revólver, carro, cacho de uva e outras formas mais, as cores eram totalmente berrantes e o sabor algo semelhante a ácido clorídrico com açúcar, creio que servia até na digestão!
Chegávamos da feira, minha mãe com os mariscos e eu com um arsenal de suquinhos e doces estranhos. para levar na lancheira da escola.
Agora voltando lá em cima, onde eu estava falando que fomos comprar os mariscos, chegamos na barraca, claro que o japonês não era mais o mesmo, provavelmente é o filho ou o neto do antigo feirante, mas o moço fora simpático com as duas velhinhas. Minha tia Mercedes ainda perguntou como se falava "marisco" em japonês, o moço rapidamente lhe respondeu. Eu olhei pra cara da minha tia e percebi que fora uma informação jogada ao mar, ela não entendeu e se entendera, não demoraria mais do que 2 segundos para esquecer. Sorriu pra ele e agradeceu pela preciosa informação.
Minha mãe, mais prática, já foi pechinchando a mercadoria e ainda com o troco, quis levar em camarão, divertido isso, pois as Almeijoas custam baratíssimo algo em torno de R$6,00/kg e minha mãe lhe entregou R$10,00, pediu pra que lhe desse o restante em camarão graúdo!
O feirante simpático, lhe entregou nem sei quanto de camarão, mas deu pra fazer uma entradinha básica com eles!
No dia da feira, fizemos o Puchero do outro Post. e deixamos o arroz para o dia seguinte.

Vamos a receita?

Arroz com Almeijoas ou Arroz de Castanholas

1kg de almeijoas com cascas
1 pimentão vermelho grande
1 pimentão verde
4 tomates maduros
2 cebolas
6 dentes de alho
pimenta do reino ou pimenta calabresa seca
450 gramas de arroz cru
aproximadamente 1,2 litros de agua (3 para 1)
açafrão espanhol ou açafrão da terra ou curcuma
azeite
sal

Como faz?

Refogue pimentões, cebolas, tomates e alho até ficarem macios, acrescentar a pimenta e o açafrão colocar os mariscos crus e bem lavados ( poderá, antes escalda los não mais que 2 minutos) refogue os até que as conchinhas comecem a abrir, vá acrescentando água bem aos poucos e vá deixando secar, ( note que essa agua não é contabilizada para o arroz) quando estiverem quase todas abertas, coloque o arroz e a agua e deixe cozinhar, acerte sal. O ideal não é deixar secar a agua, o arroz com um pouco de caldo fica melhor. O nosso arroz acabou secando toda agua por descuido MEU e irritação de dona Lourdes, que me disse que eu tinha que ter cuidado melhor em vez de ficar tirando foto!

Como eu disse lá em cima, pra mim é a comida que eu mais gosto da minha mãe o aroma e o sabor são inigualáveis!


Almeijoas que é igual a Ameijoas
 que é igual a Vôngole que é
 igual a Berbigão que é igual
 a marisco amarelinho e chega!!
 procura no Google!



Moço, como é  marisco em japonês?

Me manda o troco em camarão!

Refogando as Almeijoas

Ta bom! eu deixei secar toda a água mas ficou fantástico do mesmo jeito

Um prato que se come muito devagar por causa das casquinhas e por repetir
muitas vezes

















Bonus Track!
O troco de camarão da minha mãe rendeu o que? uma entradinha da hora!
Minha mãe limpou os camarões, salgou e colocou limão, pegou uns 6 dentes de alho e colocou no micro ondas por 20 segundos para ficarem macios e sair a casca facilmente (velha espeeerta).
Pegou uma frigideira colocou um tiquinho de azeite, colocou os camarões picou o alho  um pouquinho de colorau e deixou fritar bem, quando estavam prontos ela jogou folhas de manjericão e deixou abafar!
Ficaram supimpa!!!

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Envelhecendo por tabela

Quando eu tinha 12 anos me tornei tio, achei o máximo, adorava ser chamado de tio. Claro que passou se os anos eu comecei a exigir que a título tio fosse banido do meu nome.
Ontem as coisas pioraram, ontem nasceu minha primeira sobrinha neta , isso é duro de mais para o meu ego... um mocinho na mais tenra idade já tem uma nomeclatura dessas!
Mas vou ser sincero.....Eu adorei essa nova onda! ficamos no hospital ontem a noite feito torcida uniformizada esperando a estreia da Pietra, porque da licença, minha sobrinha neta quando nasce, não só nasce, ela ESTREIA!!!
Super linda e fofa com aquela cara lindinha de joelho, onde todo mundo quer que se pareça com alguém, mas isso não me importa, o que me importa é que ela é a nossa continuidade, é a primeira neta, primeira bisneta, primeira trisneta, primeira tetraneta ( as últimas 2 nomeclaturas só proformes, já que os tris e tetravos já não estão mais por aqui).
 
As vantagens de ter sido tio cedo, confunde-se quem é o tio!
A mão do fundo é de dona Lurdes inconformada em não sair na foto.
O meu sobrinho é o pai da Pietra
A foto não esta lá essas coisas porque ainda não a vi ao vivo,
ja que a tecnologia da maternidade só nos deixou ver via TV


quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Puchero da Lurdona e a audição da Mercedoca

Minha mãe voltou no dia seguinte, (não ta sabendo do que eu to falando? leia o post anterior! ) eu contei  que fiz uma limpa na sua geladeira e ela fingiu que não havia nada na geladeira e que nada aconteceu.
Falei sobre minha ideia de documentar algumas de suas receitas e já fui avisando que teria que tirar fotos, ela já me olhou com aquela cara, tipo: vou ter que ficar toda arrumada pra cozinhar!
Minha tia Mercedes que adora uma purpurina já ficou toda toda.
Como eu já havia previsto, minha mãe falou que teríamos que ir à feira no dia seguinte para comprar os ingredientes, porque ela não tinha nada (ignoremos a geladeira abarrotada).
Acordamos cedo, porque a feira pode sair andando e acabar as coisa, sabe como que é, os feirantes não tem paciência e levam tudo embora antes de todo mundo acordar.
Mas devo concordar com minha mãe, afinal também teríamos que comprar os mariscos (almeijoas) para fazer o arroz com castañolas do dia seguinte. Ficar na minha mãe é a mesma coisa que confinamento de engorda para abate.
Minha mãe mora num ponto estratégico, tem 2 feiras próximas, a feira pequena da quarta feira e a grande feira, da rua Tuiuti no domingo. Tanto uma como a outra, ficam a um quarteirão da casa dela.
Minha mãe foi comprar os legumes e verduras que vão no puchero e de quebra, passamos no mercado da dona Violeta para comprar as carnes. Minha mãe nunca compra somente o que diz que vai comprar, tanto na feira como no mercado ou seja viemos carregados, ainda bem que estávamos em 6 braços!
As duas empolgadézimas coloram aventais pintados por elas (as duas vivem pintando tecidos nas horas vagas) e começaram a fazer o Puchero.  Minha tia Mercedes está com a audição que é uma beleza, então as duas ficam brigando e dando risada o tempo todo. Tipo:  -Lurdeee!! vai pôr Caldo de Legumes?   - Sim Mercede! está na minha mon!  -Lurde? caldo de camaron? e vai ficar bom?  -Noooon Mercede ta na minha MOON!!!  (minha mãe e minhas tias tem um problema danado com os sons nasalares então tudo é Pon, Non, Salson, liquidaçon e assim por diante) Percebi que minha mãe ficou muito prática, ela não pica mais cenoura nem vagem nem repolho ela vai na feira e compra tudo picado... 81 anos e esperta, ela diz que melhor que multiprocessador é feirante japonês! Estamos em 4, então 2 panelas de pressão pra cozinhar tudo! Quando eu digo que minha mãe é exagerada. As duas aprontaram tudo deixaram no fogo e me deram milhões de recomendações. Eu estranhei isso e perguntei o porquê. As duas já estavam se arrumando para sair para o encontro da 3ª idade e avisaram que iriam comer o puchero só quando voltassem. As véias são sassariqueiras!!




Bom vamos a Receita

Puchero da Dona Lourdes

1/2kg de grão de bico cru (deixar de molho  uma noite)
1 kg de carne bovina (usamos fraldinha)
700grs de carne suína (usamos pernil sem osso)
300grs de costela de porco defumada
300grs de linguiça calabresa
3 tomates bem maduros contado em quatro
1 cebola grande cortado em 4
1 repolho pequeno cortado fininho
3 cenouras cortadas em cubos
400grs de vagem cotadas em cubos
2 tabletes de caldo de legumes (non de camaron)
Açafran ou curcuma ou açafrão

Como Faz?

Cozinhar por 40 minutos o grão de bico, colocar todas as carnes e deixar cozinhar por mais 40 minutos.
Acrescentar todos os vegetais o açafran o tabletes de caldo e deixar por +ou- 1 hora até o caldo reduzir e os legumes ficarem beeeem macios e o repolho sumir. Acertar o sal. ( nota-se que não vai alho e nem pimentão, caso raro na culinária de minha mãe).

Nós fomos acostumados a comer o Puchero sozinho sem acompanhamentos. Mas acho que vai bem com um arroz branco. Mistura não creio que se faça tão necessário, afinal com tanta carne, já tem mistura!


Uma artista, sempre fingindo que não esperava a foto



Irritada porque eu resolvi tirar foto na feira
Os aventais das cozinheiras

O Puchero no Panelão depois de sair das 2 panelas de pressão...
aqui ficou pra apurar o caldo

O Yan com um pratinho


Eu com outro pratinho e o resto do panelão
esperando as sassariqueiras

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Arqueologia, Paleontologia e Microbiologia, tudo isso na casa de minha mãe

Estou de férias (devo avisar, aos meus colegas de serviço, para parar de dizer para eu voltar logo, isso é mau agouro). Vim passear em São Paulo, claro visitar minha mãe, quis fazer uma surpresinha pra véia e ela fez uma surpresinha pra mim, ela tirou férias e foi pra casa de minha tia um dia antes de eu chegar.
Sem problemas, eu tenho a chaaaave! afinal filho tem privilégios. Meu filho Yan mora com ela por causa da sua banda, então aproveitei para passar uns dias com ele, coisa que anda difícil nesses últimos tempos.
Com a ausência de Dona Lourdes, aproveitei para fuçar as fotos antigas e relembrar os velhos tempos, põe velhos tempos nisso, vi fotos de quando meus avós eram recém casados ( uns 85 anos atrás).
Aproveitei também, pra dar uma faxina na cozinha da minha mãe, minha mãe foi criada na época da segunda guerra mundial, onde os alimentos eram escassos, e sua família passou grandes necessidades. Por esse motivo, meu avô e depois seus filhos, no caso minha mãe, começaram a ter essa mania de armazenar comida, nunca se preocupando com datas de validade, se bem que datas de validade surgiram no final dos anos 80.
Descobri que minha mãe nunca morrerá por falta de antibiótico, ela consome penicilina quase que diariamente, minha mãe acredita na força de conservação natural dos alimentos. Minha mãe cozinha divinamente bem, só que ela faz uma panela enorme de comida, come ela e o Yan na hora que fica pronto, depois ela deixa em cima do fogão e fica lá, o Yan esperto, já não come mais, mas dona Lourdes, come sem pensar e nada acontece, come durante uns 4 dias e a comida sempre em cima do fogão.
Isso me faz lembrar nas grandes navegações, que os tripulantes nas caravelas comiam pães mofados e 'buena' sobreviviam. Minha mãe também come pão velho e põe velho nisso, ela tem dó de jogar o pão fora. Tá, eu sei que quando estiver mais velho estarei fazendo coisas parecidas, o Clark já me chama de dona Lourdes quando eu faço algumas coisas.
Voltando aos achados paleontológicos de minha mãe, se ela acha que o alimento suporta ficar fora da geladeira, IMAGINA dentro da geladeira? Parece a Pirâmide de Quéops. Peguei um saco de lixo e comecei a festa, achei pacotes de mini pizza de frigideira que estavam liofilizados ou mumificadas, sei lá! só sei que estavam totalmente desidratadas quebravam com um simples toque, macarrão fresco que fresco só foi a um ano atrás, agora ele se mantinha na cor original (um milagre de conservação da pirâmide), mas eu nem quis tentar abrir o pacote. Achei umas das maiores reliquias conhecidas e um dos maiores mistérios da microbiologia, uma lata de figo ramy que eu abri quando ainda morava em São Paulo, pasmem crianças eu mudei para Indaiatuba em 2000, acredite se quiser, não estavam estragados, não estavam purulentos só pareciam pedaços de pixe preto, eu arrisquei ( siiim pessoas, eu sou filho de dona Lourdes) comi um pedaço, tinha gosto de carvão, ou seja o alto nivel de sacarose no figo ramy mais algum princípio químico que não faço a menor ideia transformou-os em fósseis.
Quando eu digo que na minha mãe você estuda tudo isso sem sair de casa, não estou mentindo. Fora os utensílios domésticos, eu sei que minha mãe compra coisas modernas panelas top de linha, mas essas desaparecem e ela cozinha naquelas panelas do tempo do guaraná com rolha. Eu espremi batata num espremedor que eu tenho certeza que ela ganhou no chá de cozinha do seu casamento! Olha que eu mesmo já lhe dei um super mega ultra moderno. O que dona Lourdes faz com os equipos novos? Mistério.
Agora as pessoas podem perguntar, é seguro comer na casa de sua mãe? eu respondo SIM!

Toda vez que vamos cozinhar, ela simplesmente ignora todo sua despensa e sai para comprar tudo fresco!! coisas de dona Lourdes.
Geladeira de Queops

Tá bom! essa alimentação deve afetar em alguma coisa nos 2



















Fazer careta é um problema sério de familia






















Dona Lourdes e seus netos



















Amanhã começo a documentar algumas receitas da minha mãe, ja planejei (ela nem sabe que planejei) fazermos Puchero, Arroz com Almeijoas e Potaje

domingo, 7 de novembro de 2010

A quiche e o Enem

Hoje eu fui fazer o Enem, minha santa Genoveva! que coisa mais chata! Eu inventei de fazer Enem nessa altura do campeonato com 46 anos.
Cheguei no colégio onde fui designado, ou melhor resignado e me deparei com uma classe onde, até o coordenador tem idade para ser meu filho, mas até ai eu não ligo. Esperei pacientemente o inicio da prova e partida!!! começou a prova.
Gente que negocio é esse? as questões eram gigantes, os textos pareciam chicletes que você mastiga mastiga e não tem fim, chegou uma hora que eu pensei que iria dormir, até feijão tropeiro tinha na prova.
Não vou mentir que teve uma hora que eu tive uns rompantes de cochilo e comecei a misturar os textos de reforma agrária com o seriado True Bloody que eu havia assistido toda a 3ªtemporada na noite de ontem e comecei a ver nos textos alguns personagens, precisei parar e beber agua pra voltar com minha concentração.
Continuei bonitinho fazendo a prova só que dessa vez, depois de 3 horas olhando pra tanta letra junta, começou a me dar fome, comecei a visualizar o que eu poderia fazer de comida quando saísse daquela sala de tortura.
Comecei a pensar no que tinha na minha geladeira, claro que continuei fazendo a prova, só que me dava intervalos de lazer mental entre uma questão e outra ( digno de Aline Camargo e seus DDAs). Decidi fazer mini quiches de abobrinha paulista (que agora vai chamar de Quiche do Enem).
Terminei a primeira tortura, digo, prova e fui direto pra casa pra fazer minha receita mental. (geralmente crio tudo na cabeça e depois executo).

Quiche do Enem

Massa
2 xícaras de farinha de trigo
2 colheres de margarina (gorda, nada de light, pelamordedeus!)
2 ovos inteiros
sal

Como faz?

Amasse tudo até formar uma liga muito próximo a massa podre ( acho que isso é massa podre )
Colocar na geladeira

Recheio

50 gramas de Bacon magro
2 abobrinhas paulista ( parece abóbora de pescoço só que pequena)
1 cebola média picada grosseiramente
1 dente de alho bem picado
1/2 pimentão picado grosseiramente
salsa e cebolinha picadas
200 gramas de mussarela, metade picada e outra metade em fatias
1 lata de creme de leite
2 ovos
noz moscada (uma pequena raladinha)
sal a gosto

Como faz?

Refogar o bacon, adicionar a abobrinha e o alho, quando estiver macia, colocar a cebola e o pimentão e o sal. Esperar esfriar
Em uma vasilha misturar a lata de creme de leite, os 2 ovos, a mussarela picada, a noz moscada, a salsa, cebolinha e sal.

Vamos montar?

Em forminhas ( eu usei de empadinha porque eu não tenho a de quiche que é um pouquinho maior) esticar as massas com os dedos direto nelas e não precisa untar. Colocar pequenas porções da abobrinha completar com o creme e cobrir com uma fatia de mussarela, eu cortei a mussarela em fatias redondas usando a própria forminha.

Assar em forno médio por mais ou menos 25 minutos

Rendeu 20 quiches do tamanho de empadas ou 15 do tamanho de quiche (redundante isso)























Aqui em casa aprovaram!

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Com vocês o feliz ganhador do Salão do Automóveeeel!!

Em 1990, levei meu recem cunhado Marcos, (havia a pouco casado com a irmã da minha esposa na época) para conhecer o Salão do Automóvel, um evento para quem gosta, fantástico.
Naquele ano em especial, o salão estava alvoroçado, pois Collor havia acabado de liberar os carros importados, então as empresas estrangeiras caíram matando nos consumidores.
Chegamos ao anoitecer do ultimo dia da exposição, garoava infernalmente, pegamos uma fila enorme para estacionar o carro, toda aquela lenga-lenga rotineira (parece que minhas historias são ricas em lenga-lengas). Quando parei o carro, descobri que o vidro eletrico do passageiro quebrou, grande! a gente vai em um salão do automóvel e seu carro tem crise de ciumes! Garoa + vidro quebrado o que fazer? Uma hora de fila pra chegar onde cheguei, não pensei duas vezes, no porta mala do carro tinha um grande saco de flocos de espuma ( na época eu e meus irmão tínhamos fabrica de Colchão e espuma ) coloquei o saco no banco do carro e bloqueei a janela aberta com ele.
Dentro do Salão do Automóvel, os cenários dos estandes eram lindos, os carros maravilhosos e as modelos como sempre lindamente apelativas ao extremo, meu jovem cunhado estava alucinado com tantas novidades, e passamos a feira inteira, preenchendo cupons para sorteios de carros, viagens e não sei mais o que.
Ficamos até o fim da feira, voltamos empolgadíssimos com tanto carro importado, já que nas ruas ainda não víamos muitos, salvo os Ladas que foram os primeiros importados liberados.
Cheguei no carro o saco de flocos estava lá todo furado, algum engraçadinho achou que era brinde e deixou meu carro uma beleza, já que a garoa não parou e o flocos aderiu a tudo!
No dia seguinte eu estava no escritório tranquilo, quando surgiu uma ideia maligna. Liguei para minha cunhada, Jaciane a esposa do Marcos, que era a pessoa mais fácil no mundo para passar um trote, não deu outra, disse a ela que era da empresa que administrava o Salão do Automóvel e estava ligando para comunicar que o senhor Marcos de tal havia ganho um carro da Subaru e que ele teria que me ligar depois das 15 horas no telefone tal, passei para ela o telefone do fax da empresa, afinal ninguém da família tinha esse telefone, ela não desconfiou de nada.
Passou o tempo nem lembrava mais do ocorrido, fui almoçar,  voltei quando deu pontualmente, 15horas Marcus ligou, Já foi se apresentando dizendo quem era e eu não resisti e comecei a rir, quando ele reconheceu minha voz eu percebi na voz dele um fiozinho de choro. Ele me dizia: -David? Não acredito! e agora? Eu contei para todo mundo que eu conheço, que eu ganhei um carro, paguei almoço para o pessoal da firma pra comemorar! E VOCÊ atende o telefone? Eu vou matar a Jaciane!!! De novo ela caiu no seus Trotes??? Eu só dava risada Demorei muito pra conseguir falar alguma coisa pra ele. Claro que não pedi desculpas, eu também sou mau!
O duro que a Jaciane já tinha caído em um outro trote meu, a menos de 15 dias, onde eu fiz ela acreditar que eu era fiscal do INSS e que ela teria que pagar uma multa de 10 salários.
Jaciane e Marcos são meus ex-cunhados que nunca deixarei de considerá-los meus cunhados, pois eles são mais que simples nomeclaturas. Jaciane é filha da minha primeira Sogra que eu ja contei aqui
Marcos sonhando com o carrão

Casal curtindo o trote!